Goodyear e as suas 10 inovações históricas

07 - Goodyear e as suas 10 inovacoes historicas

A história de 125 anos da Goodyear é constituída por vários marcos históricos. A marca, reuniu 10 inovações que mudaram o mundo automobilístico

O pneu com flanco reto (1901)
Em 1901, a Goodyear criou o primeiro pneu com flanco reto. A principal inovação deste novo desenho de pneu foi a adição de uma corda de piano entrançada no talão do pneu. O arame era fixado ao talão, o qual mantinha o pneu na jante mediante um complicado sistema de fechos. Uma vez que o pneu não se curvava para caber na jante, ao contrário do seu predecessor, podia conter mais 10% de ar comprimido, o que proporcionava uma condução mais confortável, e melhorava a tração. A Goodyear também adotou a marca registada Wingfoot para publicitá-lo; um símbolo do compromisso da empresa com a inovação e com a qualidade, e que ainda hoje continua a ser utilizado.

O pneu de desmontagem rápida (1906)
A Goodyear cedo começou a produzir o primeiro pneu de desmontagem rápida do mundo, o qual apresentava um design de flancos retos, que proporcionava um rolamento mais suave, graças à sua superior pressão de ar, e a um resistente tecido de rebites, que absorvia os impactos da estrada e eliminava o problema dos rasgões na zona da jante.

O processo de fabrico do pneu implicava que, ao contrário dos seus produtos anteriores, requeria uma nova jante. Em resultado, a Goodyear teve que apontar ao mercado de equipamento de origem, vendendo diretamente aos fabricantes de automóveis. O futuro da Goodyear dependia, portanto, deste pneu, já que era um produto verdadeiramente superior, que a empresa queria mostrar ao mundo. Para tal, a companhia lançou uma arrojada campanha publicitária, que contava com anúncios para o “Pneu rápido, desmontável, 10% maior, sem cortes de jantes e flanco reto”, em publicações norte-americanas como The Saturday Evening Post.

A máquina de construção de pneus State-Seiberling (1909)
Em fevereiro de 1909, o The New York Times noticiou que a Goodyear tinha recentemente colocado em operação quatro máquinas que melhoravam significativamente tanto a qualidade como a capacidade de fabrico dos seus pneus. William State e Frank Seiberling patentearam, em 1909, uma máquina que transformou a indústria do pneu, da produção manual para a mecanizada, permitindo a implementação de um processo mais eficiente. Dois homens operando cada máquina podiam produzir uma média de 37 pneus por turno de oito horas, evitando que os trabalhadores tivessem que carregar sobre os seus ombros até 250 libras (cerca de 113 kg) de ferro e capas de tela e borracha. A máquina também maximizava o espaço da fábrica, multiplicando por trinta a produção de pneus da Goodyear, de 1908 a 1912, com apenas quatro vezes mais superfície. No seguimento do seu sucesso, a Goodyear atribuiu, posteriormente, 50 licenças para que outros atores da indústria utilizassem a máquina, e, em 1913, mais de metade de todos os pneus fabricados nos EUA era produzida fazendo uso da invenção de Seiberling e State.

O Wingfoot Express (1917)
Em 1917, Paul Litchfield, um direto da fábrica da Goodyear em Akron, acreditava que equipar camiões pesados com pneus pneumáticos permitir-lhes-ia percorrer longas distâncias, transportando cargas pesadas com facilidade. Para testar a sua teoria, os trabalhadores da Goodyear embarcaram numa viagem de ida e volta de 1540 milhas (cerca de 2478 km) desde Akron ao Connecticut, no Wingfoot Express, um camião Packard equipado com grandes pneus pneumáticos.

Esta nova, e inovadora, característica chegou num momento em que os pneus de borracha maciça eram a norma para o transporte de curta distância. Apesar dos inúmeros desafios encontrados, a tripulação persistiu e completu a primeira etapa da jornada em 24 dias, percorrendo 740 milhas (cerca de 1900 km). Os pneus melhorados ficaram imediatamente disponíveis após a viagem, e o êxito do Wingfoot Express abriu o caminho para o transporte de longo curso. A viagem estabeleceu a primeira rota interestadual de camiões, através da realização de trajetos regulares sem escalas, provando o potencial dos pneus pneumáticos para o transporte de longo curso.

O primeiro pneu de borracha sintética produzido em série (1937)
A Goodyear desenvolveu e testou o primeiro pneu de borracha sintética fabricado em série nos EUA em 1937, utilizando Chemigum, a primeira substância de borracha sintética da empresa, patenteada uma década antes, em 1927. A fábrica de pneus da Goodyear em Jackson, Michigan, começou a produzi-lo, e o recém-introduzido Pliolite, um agente adesivo que fixa borracha ao metal, foi integrado nos novos pneus. Adicionalmente, também foi introduzido um novo elemento de embalagem, denominado Pliofilm.

Goodyear fabrica aviões Corsair para a Segunda Guerra Mundial (1939)
A Goodyear desempenhou um papel importante na Segunda Guerra Mundial ao fabricar aviões de combate para as forças armadas dos EUA. A Goodyear Aircraft Corporation, como então era conhecida, garantiu contratos para construir aviões Vought F4U Corsair (inicialmente desenhados por Chance Vought), depois de ter aumentado a procura pelo modelo.

No total, a Goodyear fabricou 4017 aviões FG Corsair, que voaram pela primeira vez em 1943. Posteriormente, a Goodyear fabricou dez aviões F2G Corsair, que, em 1945, ficaram conhecidos como “Super Corsair”. Estes aviões contavam com um motor Pratt & Whitney de 28 cilindros, e foram concebidos para interceção a baixa altitude. Durante la guerra, a força de trabalho da Goodyear Aircraft Corporation cresceu de 30 para uns impressionantes  35 000 empregados em apenas dois anos e meio.

A passadeira rolante (1954)
Em 1954, a Goodyear construiu a primeira passadeira rolante comercial para passageiros do mundo, para o Hudson and Manhattan Railroad, inaugurando uma nova era de viagens eficientes para os passageiros de deslocações pendulares. A Speedwalk, como foi batizada, cobria uns impressionantes 84,5 metros, tinha uma pendente de 10%, e mantinha uma velocidade constante de 2,4 km/h, exbindo o compromisso da Goodyear com a inovação.

Apesar de ter sido removida uns anos mais tarde, devido à alteração dos padrões e fluxos do tráfego, a Speedwalk continua a ser um testemunho do espírito pioneiro e do progresso tecnológico da engenharia americana.

Goodyear produz o pneu Polygals (1938)
Em 1967, a Goodyear revelou o pneu de cinta diagonal Goodyear Polyglas, com cintas em fibra de vidro, e uma banda de rolamento mais larga do que a de outros pneus disponíveis nesse tempo. ‘Polyglas’ era uma marca registada da empresa.

Este tipo de pneu combinava as características tanto dos pneus de estrutura diagonal como dos de estrutura radial, e foi inicialmente concebido para ser utilizado como equipamento de origem nos muscle cars dos finais da década de 1960. O novo desenha incluía correias estabilizadoras de circunferência, colocadas diretamente sob a banda de rolamento, o que reduzia a “contorçao” da banda de rolamento, e melhorava a performance em termos de comportamento, aumentando, em última instância, a quilometragem do pneu. A popularidade do pneu neumático cresceu, e, de 1969 a 1974, tornou-se no equipamento de série ou opcional da maioria dos automóveis de passageiros.

O computador STARAN (1972)
O computador Goodyear Space-Time Automatic Range Analyser (STARAN) foi o primeiro computador disponível comercialmente concebido em torno de uma memória associativa, tendo ficado disponível em 1972. O computador STARAN foi desenvolvido e construído pela Goodyear Aerospace Corporation (anteriormente conhecida como Goodyear Aircraft Company, durante a Segunda Guerra Mundial), e era um processador paralelo direcionável por conteúdo (CAPP), um tipo de processador paralelo que utilizava memoria direcionável por conteúdo, o que hoje conhecemos como motor de busca.

O computador utilizava algoritmos complexos e técnicas avançadas de processamento de sinal, para analisar os sinais de radar recebidos, o que significa que era capaz de rastrear vários alvos simultaneamente, e proporcionar informação em tempo real aos pilotos e ao controlo de terra.

O STARAN representou um importante avanço durante a Guerra Fria, e foi utilizado pela NASA para o seguimento de trajetórias de naves espaciais. O seu desenvolvimento abriu caminho à moderna tecnologia de computação e de processamento de sinais.

Goodyear RunOnFlat montado de série pela primeira vez (1997)
Em 1997, a Goodyear revolucionou a tecnologia dos pneus ao introduzir os pneus Goodyear Eagle F1 GS Extended Mobility Tire (EMT) para o Corvette, agora conhecidos como RunOnFlat, eliminando a necessidade de o automóvel contar com um pneu sobressalente e um macaco.

Estes pneus dispunham de um sistema de aviso de baixa pressão, e podiam percorrer até 200 milhas (cerca de 322 km) a 55 mph (cerca de 88 km/h) com pressão de insuflação zero. A tecnologia de vanguarda do pneu, a inovadora forma do molde, os reforços da parede lateral e a zona do talão permitiam-lhe manter-se montado numa jante convencional em condições de curvas severas. Ao contrário de outros pneus run-flat disponíveis à época, que requeriam jantes caras e especiais, a solução da Goodyear constituiu uma melhoria significativa. A eliminação do pneu sobressalente e do macaco também reduziu o peso do automóvel, melhorando ainda mais a sua performance. O Eagle M+S, uma versão mud-and-snow (lama e neve), também foi desenvolvido.