A digitalização do negócio das oficinas de pneus é fundamental

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O mundo digital tem uma influência fundamental na forma como o cliente interage com a oficina de reparação. Temos de estar presentes em múltiplos canais, independentemente do tempo, lugar, dispositivo ou meio

À medida que as tecnologias de informação e as comunicações se tornaram mais acessíveis, a sua utilização pela sociedade generalizou-se. A digitalização já está presente em todos os quadrantes da nossa vida diária e não é domínio exclusivo dos jovens. O mundo digital cria novos hábitos e tendências que tornam a vida mais fácil, mas obriga alguns negócios a transformarem-se, como é o caso dos pneus. Para se ser mais competitivo neste setor, é preciso olhar para as mudanças não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de negócio. E prepararmo-nos para tal.

A digitalização não é um objetivo em si, mas um meio para continuar a ter bons resultados e os benefícios desejados. É cada vez mais necessário estar conectado aos clientes e estabelecer comunicação fluida, bidirecional e transparente. Se pensarmos num termo que defina a sociedade atual, será hiperconectividade. Graças à Internet, à tecnologia móvel e, brevemente, à Internet das Coisas (IoT), pessoas, organizações e objetos vão estar ligados como nunca estiveram antes. O impacto desta hiperconectividade não se limita a um processo de compra que liga consumidores a empresas. Permite, também, uma ligação a outros consumidores com a capacidade de influenciar a tomada de decisões.

As possibilidades dessa economia digital começaram a ser percecionadas nos setores mais ligados ao consumidor final, como o comércio eletrónico, os serviços financeiros e as telecomunicações. Mas essa transformação, consequência inevitável dos hábitos dos consumidores, proporciona pistas para o que vai acontecer à medida que a penetração digital se for generalizando. Isso implica ter de operar num ambiente com o qual não estamos familiarizados, com a única opção de nos adaptarmos.

O cliente é o centro do nosso negócio. Entender as suas necessidades e comportamentos é fundamental para criar a mudança ágil que o mundo digital exige. A empresa já não serve o cliente: colabora com ele.

A mera implementação de tecnologia não produz transformação digital. Esta é conseguida mudando a organização para aproveitar o potencial destas tecnologias. A transformação começa com as pessoas. E, no caso da digital, na nossa empresa tem de incluir, também, os nossos funcionários.

Novas formas de trabalhar que confiram autonomia, transparência, flexibilidade, acesso a formação permanente. Ter um impacto mais direto sobre a empresa, participar na tomada de decisões. É impossível para uma empresa acompanhar a rápida evolução dos mercados com uma hierarquia excessivamente rígida e com uma autonomia dos funcionários muito limitada.

É importante ver para além do nosso negócio e do nosso setor para se perceber onde está a ocorrer a mudança e como se vai configurando a paisagem dos negócios. No mundo dos pneus, é apropriado contar com um plano de negócios apoiado por visão que aposte no futuro. É fulcral pensar mais em gerar valor, não tanto em atividades, bem como assegurar que todos os pontos de contacto do cliente com a nossa empresa sejam melhores, mais rápidos e mais eficientes.

E como última reflexão, devemos ter bem presente que, hoje, as vendas não começam na receção da nossa oficina, mas sim no Google. Ter ligação à Internet, um perfil de Facebook e um tablet para o assessor de serviço não nos torna numa empresa digital. O fundamental é transformar uma empresa que se identifica com o mundo digital, numa empresa digital.