Profissões pós-venda que a IA não vai substituir

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A Inteligência Artificial (IA) está a transformar diversos setores da economia, automatizando processos, otimizando decisões e substituindo funções humanas em ritmo acelerado. No entanto, nem todas as profissões estão vulneráveis a esse avanço. Segundo um estudo recente da Microsoft Research, algumas ocupações ligadas ao pós-venda mostram-se surpreendentemente resistentes à automação

Entre as funções com menor risco de substituição pela IA estão os montadores e reparadores de vidros, reparadores de pneus e mecânicos especializados. Essas profissões seguem exigindo um conjunto de habilidades humanas que a tecnologia ainda não consegue replicar com precisão.

Montadores e Reparadores de Vidros
Listada como a quinta profissão menos ameaçada pela IA, com apenas 0,03% de aplicabilidade estimada, essa atividade exige um alto grau de habilidade manual, precisão e sensibilidade tátil. A substituição de vidros automóvel, como para-brisas e janelas laterais, varia enormemente conforme o modelo e ano do veículo,
 o tipo e curvatura do vidro, e as condições ambientais durante a instalação.

Um simples erro de alinhamento ou aplicação de cola pode comprometer a segurança do veículo, causando desde falhas na abertura do airbag até infiltrações de água e ruídos.

Além disso, com o aumento dos veículos equipados com sistemas avançados de assistência à condução (ADAS), o desafio torna-se ainda maior. A troca de vidros nesses casos exige a recalibração de sensores e camaras, conforme protocolos específicos de cada fabricante — tarefas que exigem conhecimento técnico especializado e experiência prática.

Montadores e Reparadores de Pneus
Com risco de automação estimado em apenas 0,02%, os reparadores de pneus aparecem na décima posição entre as profissões menos impactadas pela IA. O motivo? A complexidade das variáveis envolvidas no diagnóstico e na substituição de pneus. O processo de reparação depende de fatores como o desgaste irregular do pneu,
 tipo e estado da roda,
 condições específicas do veículo,
 e uma validação visual e sensorial em tempo real.

Essas variáveis tornam difícil a criação de algoritmos ou robôs capazes de lidar com todos os cenários possíveis. O trabalho exige julgamento humano, improviso e uma compreensão prática que vai além do que a automação atual pode oferecer.

Mecânicos especializados
Mesmo com os avanços em diagnósticos automatizados, os profissionais responsáveis por reparações mecânicas e elétricas continuam a ser peças-chave no pós-venda. O estudo da Microsoft aponta um risco de automação de apenas 0,19% para esses profissionais.

Isso porque o trabalho desses técnicos envolve diagnóstico de falhas com base em sintomas não padronizados,
 interpretação prática de problemas mecânicos ou elétricos,
 e adaptação a situações inesperadas no ambiente de trabalho.

Além disso, muitas vezes esses profissionais atuam fora de oficinas, em serviços móveis, onde o improviso e a tomada de decisão rápida são indispensáveis.

O fator humano ainda é essencial
Apesar do crescimento exponencial da IA, o setor pós-venda mostra que ainda há um grande espaço para o trabalho humano. Profissões que exigem destreza manual,
 sensibilidade tátil,
 tomada de decisão em contextos variáveis e experiência acumulada na prática diária,
 continuam altamente valorizadas — e dificilmente serão substituídas por algoritmos ou robôs no curto ou médio prazo.

Enquanto funções mais repetitivas e administrativas estão mais vulneráveis à automação, as atividades práticas e técnicas do pós-venda seguem como um exemplo claro de que nem toda evolução tecnológica consegue substituir a complexidade do toque humano.