“Temos expectativa de continuar a crescer a dois dígitos”, José Azevedo da Mota, Pneurama
O compromisso de oferecer pneus com a melhor relação preço/qualidade em cada segmento e respeitar a exclusividade dos clientes, oferecendo um serviço de logística e comercial feito à medida das suas necessidades, tem dado resultados muitos positivos à Pneurama, que continua a crescer a dois dígitos desde 2018. José Azevedo da Mota, gerente, explica porquê.
Que balanço faz do desempenho da Pneurama em 2019?
O ano de 2019 foi positivo para a Pneurama e em linha com 2018. Repetimos o crescimento de dois dígitos no volume de negócios. No ano passado, superámos as melhores expectativas nas nossas três marcas de pneus de turismo, no segmento de câmaras de ar e nos pneus industriais. Em todos os segmentos, tivemos crescimento de dois dígitos, sendo que, na Lassa Tyres, a nossa marca bandeira, o crescimento foi de 21%.
E quais os objetivos para 2020?
O objetivo da Pneurama a médio e longo prazos é tornar as marcas que representa como referências no mercado português em cada segmento. Para 2020, o objetivo passa por continuar a conquistar quota de mercado e temos a expectativa de repetir os anos de 2018 e 2019 e obter crescimento na ordem dos dois dígitos. Para 2020, a nossa estratégia de comunicação passa por participar na expoMECÂNICA e estar nas publicações do setor. O objetivo máximo passa por comunicar as valências das nossas marcas e as vantagens de trabalhar com a Pneurama.
Quais são os segmentos que têm vindo a registar maior crescimento?
Em 2019, a Pneurama registou crescimento em todos os segmentos em que opera. Os segmentos com maior crescimento foram os das câmaras de ar e pneus industriais. No entanto, em pneus de turismo o crescimento foi de dois dígitos, nomeadamente as marcas exclusivas da Pneurama: Lassa Tyres (segmento quality alto) e CST Tyre (segmento quality intermédio, especialista em 4×4), uma nova marca introduzida em 2019 com aceitação muito positiva no mercado e ainda a Saferich Tyre (segmento budget). A seleção para o nosso portefólio de marcas deste pneu económico de confiança, associado a um constante stock da Pneurama, mostraram ser estratégias de sucesso. Houve, no entanto, um decréscimo no segmento de marcas não exclusivas.
Como vê a evolução dos canais de venda, em particular o interesse que as oficinas de mecânica e os concessionários de automóveis estão a demonstrar pelos pneus?
A política da Pneurama passa por trabalhar, maioritariamente, com lojas especialistas em pneus. A nossa política de exclusividade regional (só vendemos a um cliente por zona) obriga-nos a trabalhar mais com as lojas especialistas em pneus, por terem mais volume de negócio. No entanto, trabalhamos, também, o canal de oficinas. Os concessionários de automóveis são um canal muito residual para nós.
Vê o distribuidor com papel fundamental no futuro do negócio das casas de pneus e retalhistas? Qual o papel do distribuidor ou armazenista na cadeia de valor?
Consideramos que os distribuidores têm um papel essencial no mercado, porque são o ponto de encontro entre as exigências dos fabricantes (grandes volumes de vendas) e as exigências das lojas de pneus (stock disponível e entregas rápidas). A Pneurama importa contentores de pneus que, depois, vende à unidade aos seus clientes. Como representante exclusivo, assume o compromisso de stock a seis meses. Somos um distribuidor representante de marcas e, por isso, também a face visível dos fabricantes no nosso mercado. A confiança que os fabricantes depositam na Pneurama é correspondida com a nossa atuação responsável no mercado. O nosso investimento de capital e recursos humanos na promoção das marcas é bastante considerável.
Que ações devem ser tomadas junto dos automobilistas para uma maior sensibilização relativamente à importância que o pneu tem para a segurança?
Na nossa opinião, deveria haver maior fiscalização por parte das autoridades competentes em relação ao estado dos pneus dos automóveis que estão em circulação, porque podem constituir uma ameaça à segurança rodoviária.
Que análise faz do mercado de pneus em Portugal?
Os números publicados pelo Europool são claros e demonstram tem havido um decréscimo das vendas. Estes números estão sempre relacionados com a venda de automóveis novos, que tiveram um enorme crescimento nos últimos dois anos. Na nossa visão, o tamanho do mercado vai continuar estável. Em relação aos seus intervenientes, existem várias estratégias e dimensões de distribuidores como nos anos anteriores.
Em termos gerais, quais são os fatores que mais estão a condicionar (positivamente e negativamente) o comércio de pneus em Portugal?
Positivamente, destaco a maior consciência e informação por parte dos automobilistas. Recebemos feedback dos consumidores, que afirmam querer saber mais sobre os produtos. Crescimento do segmento “Mid” ou “Quality”, onde operamos com a marca Lassa Tyres, o que, para nós, significa que a relação preço/qualidade é cada vez mais importante na escolha do consumidor. Negativamente, apesar de alguma melhoria, ainda existe uma falta de poder de compra dos consumidores portugueses.
Qual a sua visão de futuro a médio e longo prazos do comércio de pneus em Portugal?
A minha visão é que o comércio de pneus está sempre dependente mercado de automóveis. Por essa razão, achamos que o tamanho do mercado não vai sofrer grandes alterações em termos de dimensão. Na nossa análise, os volumes de negócio são sempre bastante flutuantes. Os diversos canais de distribuição de pneus que, hoje, existem vão continuar. A concorrência dos grandes grupos internacionais pode vir a diminuir com um aumento das taxas de juro, porque estes grupos estão sempre altamente alavancados.