“Nesta casa não existe a palavra: Não temos!” José Saraiva, Rodrigues Tyres

09 - José-Saraiva

A Rodrigues Tyres é um projeto de distribuição de pneus com sede em Braga, criado há cerca de 2 anos no seio da Rodrigues & Filhos, empresa com mais de 60 anos e até esse momento focada apenas no retalho de pneus e acessórios.

A missão assumida com a marca STARMAXX ajudou a dar corpo a esta ideia que tem em José Saraiva, diretor comercial, o seu principal promotor e que aceitou o convite da “Revista dos Pneus” para nos falar do projeto.

Como surge este projeto “Rodrigues Tyres” dentro do Grupo Rodrigues & Filhos?
O negócio de pneus já existe no grupo desde a sua fundação na década de 50. Todas as transformações que o grupo teve, aliadas a todas as mutações que o mercado também tem experimentado, fizeram surgir a ideia de abrir um segmento de distribuição de pneus dentro do grupo. O facto de quase em simultâneo ter surgido a oportunidade da distribuição da marca STARMAXX fez acelerar todo o processo e motivar o convite que me foi endereçado para liderar este projeto.

Foi difícil colocar em marcha este projeto?
Não tem sido particularmente difícil. Neste caso e tratando-se duma empresa que já existe, há muitas coisas que não têm de ser criadas de raiz e apenas careceram de uma adaptação. No entanto, há muitas outras que têm de ser implementadas dada a especificidade que tem hoje a distribuição profissionalizada neste setor. Muito foi já feito, mas existem ainda várias coisas por implementar. Tudo está a ser desenvolvido respeitando o plano que está definido desde o início. A implementação da plataforma B2B, a criação de uma equipa comercial de âmbito nacional, criar rotinas logísticas adequadas à distribuição, etc., são desafios que tivemos de enfrentar entre muitos outros que ainda estamos a levar a cabo.

Qual o papel da marca STARMAXX neste projeto?
A marca STARMAXX, conforme já referi, foi a génese de tudo. Qualquer projeto a este nível necessita de marcas e produtos que façam alguma diferenciação no mercado. A STARMAXX é como costumo dizer a “marca do nosso coração”. Além duma qualidade inquestionável, tem uma gama de produtos impressionante. Desde os pneus ligeiros onde se incluem os pneus Run Flat, a marca produz pneus comerciais, SUV, 4×4, camião, agrícolas, industriais e até pneus de avião. A juntar a tudo isto tem classificações energéticas ao nível das melhores marcas de pneus. Sinceramente e tendo em conta que trabalho no setor há cerca de 30 anos, não conheço muitas marcas com uma oferta tão completa como esta. Posso inclusivamente acrescentar que há marcas do chamado segmento Premium que não possuem uma gama assim. A juntar à STARMAXX temos sempre em stock as medidas de maior rotação de outras marcas seja em ligeiros ou camião.

Está nos vossos planos vir a distribuir outras marcas em regime de exclusividade?
Efetivamente sim. Respeitando o plano que está definido, iniciamos no mês de agosto, a distribuição de uma nova marca, a ARIVO, que possui pneus ligeiros, comerciais e 4×4. É uma marca budget que vai complementar a nossa oferta no mercado e assim permitir entrar em alguns segmentos onde ainda não estamos presentes. Tudo isto será feito com o cuidado de preservar a implementação e consolidação da nossa marca principal.

Qual é neste momento a vossa área de implantação?
No que diz respeito à marca STARMAXX temos a nosso cargo o que podemos chamar de “eixo atlântico”, isto é, um território que na Península Ibérica vai da Corunha a Vila Real de Santo António. Além disso temos também as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Como estão organizados em termos logísticos?
Temos vários armazéns, mas neste momento o principal está na Póvoa de Lanhoso, onde também se encontra sediada a parte comercial do projeto. Com o crescimento que estamos a ter, este armazém em muitos momentos já não é suficiente para responder a todas as necessidades. Por isso iniciaremos muito em breve a construção de um armazém com cerca de 10.000 m2 em Nogueira, Braga, onde concentraremos todas atividades do grupo e que agora se encontram distribuídas por várias localizações. Este novo equipamento irá dotar o grupo duma ainda melhor eficiência logística tão fundamental neste setor e permitir outros voos …

Está a querer dizer-nos que vão avançar para o mercado espanhol?
Efetivamente é algo que já fazemos, mas que queremos alargar muito. A nossa presença neste momento limita-se apenas à Galiza, mas pode-se dizer que províncias como as Astúrias, León, Zamora ou Salamanca estão aqui mesmo ao lado. Nem sempre temos esta realidade presente, mas temos menos distância, por exemplo, entre Braga e Zamora do que Braga e Lisboa. É algo que digo há vários anos e respeitando as escalas e a grandeza dum país como Espanha, se os espanhóis vendem em Portugal porque não podemos nós vender mais em Espanha?

Num mercado da distribuição tão competitivo, como é que a Rodrigues Tyres se diferencia da concorrência?
Basicamente por 2 motivos. Em primeiro lugar pela flexibilidade: somos uma equipa jovem, de pequena dimensão e em que todos os elementos são bastante polivalentes. Em segundo lugar e não menos importante, a focalização no cliente e nas soluções que necessita. Nesta casa não existe a palavra: “Não temos!”. Há sempre a busca duma solução para propor ao cliente e assim resolver o seu problema.

Já estamos na segunda metade de 2020. Que desafios se colocam ao vosso projeto para 2021?
Desde logo a consolidação da marca STARMAXX. É algo que é um trabalho quase diário e que carece de uma atenção especial de todos. Em seguida a real introdução da nova marca que também nos vais ajudar muito a criar volume porque está num segmento que tem ganho muita importância. Em princípio juntaremos uma outra marca ao nosso portfolio, mas é algo que ainda não está definitivamente decidido. Há negociações em curso que não sabemos se iremos concretizar. É também bastante provável que por isso aumentemos a equipa comercial porque achamos que o cliente tem de ter um acompanhamento pessoal, independentemente de todas as ferramentas que coloquemos ao seu serviço. No plano logístico o principal desafio será colocar em pleno funcionamento o novo armazém e que deverá estar a operar até final deste ano. É um investimento muito importante e que permitirá uma performance muito melhor a todo o projeto.

Qual a sua opinião relativamente às consequências da pandemia causada pelo COVID-19 no mercado de pneus?
Falando na generalidade, e como já tive oportunidade de dizer, acho que os portugueses duma forma geral estão a ter um comportamento exemplar. Infelizmente há sempre algumas pessoas que tendem a ser exceções que eram perfeitamente evitáveis. Quanto ao mercado de pneus nada vai ser como dantes. As empresas que basearam as suas atividades no dia a dia sem uma preocupação com o futuro estão a ter problemas e vão continuar a tê-los. Posso correr o risco de ser um pouco cruel, mas todas as crises servem normalmente para separar o trigo do joio e esta não vai fugir à regra.

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