Pneus e os novos veículos conectados
Em 2018, todos os automóveis que foram comercializados na União Europeia passaram a ser equipados, de série, com o sistema de chamada de emergência (“eCall”). Esta mudança tecnológica teve importantes consequências na relação que os automobilistas mantêm, atualmente, com os respetivos veículos, pois permitiu a partilha constantemente de informação sobre segurança e mobilidade
No caso dos pneus, essa mudança esteve, diretamente, associada à crescente evolução técnica dos mesmos. Não é por acaso que os investimentos em I&D focados nos sensores eletrónicos têm uma clara dimensão estratégica para todos os fabricantes de pneus.
Se, por um lado, o automóvel conectado permite melhorar os tempos de assistência em caso de acidente, que é o grande objetivo da União Europeia, por outro, facilita a deteção de avarias e, inclusivamente, a assistência remota na estrada. E é aí que a monitorização do estado e do funcionamento dos pneus desempenha um papel essencial.
Fatores como o nível de pressão, a temperatura ou o desgaste dos pneus, tornam-se fundamentais para que os pneus se comportem adequadamente. Deles dependem aspetos tão diversos como a aderência, manobrabilidade, distância de travagem, consumo, emissões poluentes e até o risco de ocorrerem rebentamentos ou aquaplaning.
Por isso, a conjugação dos novos e cada vez mais sofisticados sensores eletrónicos de monitorização de pressões, de controlo de temperatura, de nível de desgaste do pneu e até de peso do veículo, com poderosas ferramentas de software para a análise remota de todos os dados, abre um novo horizonte para a relação que os automobilistas têm com os respetivos pneus. Estão muito mais conscientes do estado dos mesmos e das respetivas necessidades de manutenção. O mesmo se pode dizer da relação existente entre o veículo e a oficina de confiança.
A soma de eletrónica, conectividade e software remoto facilita, enormemente, o trabalho da oficina, tanto desde o ponto de vista do diagnóstico dos pneus, como dos argumentos que a tecnologia lhes coloca à disposição, para convencer os automobilistas sobre como manter os pneus e, eventualmente, trocá-los.
A conectividade dos automóveis já permite uma experiência de ligação similar à que desfrutamos, atualmente, com qualquer smartphone. Não é por acaso que, hoje, muitos veículos integram sistemas que permitem consultar o estado do trânsito em tempo real, recalcular a rota, encontrar estacionamento livre ou o posto de abastecimento mais próximo (e com o preço mais barato), localizar e bloquear remotamente veículos roubados ou mesmo saber a que velocidade circulam os filhos.
Não é de estranhar que um dos aspetos da conectividade que mais seduz, por exemplo, as seguradoras, seja o facto de permitir saber, remotamente, qual o estado dos pneus que equipam os veículos dos clientes segurados.
