“A tecnologia tem um papel decisivo neste período de travagem brusca”, Lucia Salmaso, BKT

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Para a BKT, neste contexto do novo coronavírus, a prioridade máxima “é a segurança dos seus colaboradores”, garante Lucia Salmaso, CEO da BKT Europe. “Continuamos, por conseguinte, a seguir, escrupulosamente, as orientações estabelecidas pelos diversos países em que estamos representados, de modo a minimizar os riscos decorrentes da pandemia de Covid-19. Mas é claro que, ao longo destes meses, foi, também, importante a nossa capacidade de reação, que nos permitiu reorganizar todos os procedimentos internos e externos, de modo a poder recomeçar imediatamente, em função das decisões governamentais”, explica.

Como está a BKT a enfrentar esta pandemia?

No final de abril foi retomada, embora parcialmente, a produção de pneumáticos em todas as unidades da BKT na Índia, graças a um esforço de colaboração entre a empresa e os governos locais.

Em simultâneo com a reabertura da produção, a BKT pôde também retomar o abastecimento de matérias-primas e os envios para o estrangeiro, destinados tanto ao setor de Equipamentos Originais como ao das Peças de Reposição.

Graças ao grupo de trabalho que desenvolveu o plano operacional para a segurança dos nossos trabalhadores e à equipa da cadeia de abastecimento, que se manteve em constante contacto com os fornecedores de matérias-primas, a produção foi retomada sem perder um segundo.

A sede em Bombaim adotou a modalidade de trabalho em smart working a partir do lockdown imposto pelo governo indiano, garantindo, assim, a continuidade do serviço de assistência ao cliente e de apoio às vendas.

A mesma modalidade foi adotada aqui na BKT Europa para os nossos serviços de logística, assistência técnica, marketing, assistência ao cliente e apoio às vendas. Aqui na Itália, apesar de estarmos no epicentro do furacão, mantivemo-nos em permanente contacto com os clientes europeus de Equipamento Original, gerindo cada caso com a máxima pontualidade possível.

O que mudou na atividade da BKT?
Como já tinha dito, definimos como nossa prioridade máxima a segurança dos nossos trabalhadores e colaboradores e agora, depois de um período tão longo de isolamento, a equipa está certamente ainda mais unida do que antes, pois o distanciamento físico acabou por reforçar o nosso sentido de pertença.

Uma vez que já há algum tempo tínhamos adotado na empresa as soluções de Cloud, foi-nos bastante fácil organizar o teletrabalho para todos, pois já tínhamos adquirido a necessária atitude mental e dispúnhamos de todos os meio tecnológicos requeridos para uma colaboração à distância eficiente.

Que meios utilizam para manter o contacto com os clientes?
Todos os meios tecnológicos disponíveis, do clássico telefonema às aplicações para videochamada com vários utilizadores em simultâneo. Promovemos, por exemplo, formações técnicas e de aprofundamento para os nossos distribuidores europeus, disponibilizando módulos técnicos conduzidos ao vivo pelos nossos engenheiros de campo. Uma iniciativa que registou grande sucesso e demonstra a vontade que todos têm de se manterem ativos e de aproveitarem a mínima possibilidade que a situação proporcione.

Neste período de paragem, que impôs um abrandamento ou até mesmo uma travagem brusca em muitos setores de atividade, a tecnologia pode desempenhar um papel verdadeiramente decisivo, permitindo a concretização de novas ideias e abordagens.

O facto de dispormos das competências adequadas na empresa colocou-nos, obviamente, numa posição de vantagem no processo de conversão de algumas atividades, que anteriormente eram executadas de forma mais tradicional, para modalidades digitais. Nesse sentido, penso que a necessidade veio acelerar em muitos setores uma evolução tecnológica que teria provavelmente requerido vários anos para começar a dar frutos.

Como estão a apoiar os vossos clientes neste momento difícil que o mercado está a viver?
Como já disse anteriormente, as atividades de assistência aos clientes nunca falharam durante a fase de emergência. A BKT nunca deixou de dar resposta a todas as solicitações recebidas, dando obviamente prioridade às mais urgentes. Mesmo no período mais difícil, continuamos a garantir o abastecimento de produtos, de modo que até esgotámos o nosso stock nas unidades indianas. Neste momento esse stock está já a ser reposto, depois da reabertura das unidades de produção a 27 de abril.

Que boas práticas estão a ser implementadas pela BKT para conseguir manter a atividade em segurança?
Recomeçar é um direito de todos nós; fazê-lo da melhor maneira possível é o nosso dever.

No que diz respeito aos colaboradores que trabalham nas instalações indianas, equipamos as unidades de produção com numerosos meios:

  • o distanciamento entre trabalhadores por meio de dispositivos e estruturas de separação das secções e postos de trabalho;
  • a reorganização dos turnos, de modo a permitir o distanciamento;
  • a construção de alojamentos para os trabalhadores, de modo a evitar a utilização de transportes públicos;
  • a instalação de sensores da temperatura corporal;
  • a prescrição de uma consulta médica no início do turno para todos os trabalhadores, com um médico sempre presente em todas as unidades.

Como já referi, foi criado um grupo de trabalho imediatamente ativado para desenvolver e executar o plano operacional ou Standard Operating Procedure (SOP), proposto e aprovado pelo governo indiano e pelos governos locais.

A BKT Europa, no entanto, segue as diretrizes do governo italiano e só há pouco regressámos ao escritório. Naturalmente, foram implementadas todas as medidas de acordo com as normas, como a reorganização dos espaços respeitando as distâncias mínimas, o uso de máscara nos ambientes de trabalho e a sanitização constante das instalações.

Para quando antevê a retoma do setor? E de que forma?
É difícil dar uma resposta, depende de muitos fatores, de momento ainda incertos.

Acho que todos nós temos muita vontade de recomeçar e isto é transversal a todos os setores em todo o mundo. Pode até ser mais rápido do que pensamos, vai depender também muito das ajudas disponibilizadas às empresas pelos vários governos mundiais, no sentido de atenuar as elevadas perdas registadas. Será naturalmente necessário pôr de lado qualquer tipo de lógica demasiado rígida e pôr em prática uma verdadeira solidariedade entre os diversos países, estendendo a mão àqueles que, mais do que quaisquer outros, pagaram a fatura da pandemia.

Que mensagem deseja transmitir ao setor para o futuro?
Disse anteriormente que na BKT esta situação dramática nos aproximou mais uns dos outros, mas este movimento de aproximação é mais abrangente, envolvendo toda a humanidade. A situação impôs-nos a adoção de uma visão muito mais ampla e inclusiva, derrubando as falsas fronteiras entre nações e pessoas.

Ao longo da minha carreira tenho assistido a muitos “altos” e “baixos” e em todos eles enfrentei a situação com um ligeiro sorriso e arregaçando as mangas, pois os desafios são o melhor ingrediente para um mercado dinâmico. Sem desafios não temos oportunidades para evoluir, olhar noutra direção, encontrar soluções. Tenho a certeza de que um primeiro período de confusão vai dar lugar a uma atividade frenética e com o nível de inovação mais alto de sempre.