“Na Pneurama fazemos parte da solução”, José da Mota e Hugo Azevedo, Pneurama
A partir de Gandra, em Paredes, a Pneurama serve retalhistas de pneus em todo o território nacional. Fundada por José Azevedo da Mota, em 1987, Hugo Pires de Azevedo juntou-se ao pai, há sete anos, para o ajudar na administração da empresa, que tem registado, ano após ano, um aumento das vendas, apoiado numa estratégia de comercialização de marcas em regime de exclusividade
Criada no final dos anos 80, a Pneurama é um distribuidor de pneus focado no mercado português, cuja essência e estrutura acionista se mantém familiar. José Azevedo da Mota fundou a casa há 37 anos e, desde 2017, conta com a presença do filho, Hugo Pires de Azevedo, na administração, juntando “as duas dinâmicas: o conhecimento que o meu pai tem do mercado e a minha experiência, mais financeira e de gestão”, diz-nos o responsável que, depois de dez anos a trabalhar fora de Portugal, no mercado financeiro, voltou às raízes para dar novo impulso à Pneurama. O balanço não poderia ser mais positivo, pois hoje “a seleção das nossas marcas é feita com mais cuidado e tem dado resultados”, garante, sublinhando “a questão das relações fortes, a continuidade e a longevidade no mercado, num compromisso com a marca e com todos os clientes”.
Trabalhar em exclusividade
Ao contrário dos habituais distribuidores multimarcas, a Pneurama optou por se consolidar e distinguir no mercado como representante de marcas, com comercialização de algumas delas em regime de exclusividade. “Sempre fomos uma empresa com um modelo clássico de negócio, que passa por sermos representantes de marcas, em vez de um distribuidor multimarca. Isto sempre foi importante para as nossas marcas, porque dirigimos o esforço de vendas, de marketing e de tudo o que fazemos para as marcas que representamos em exclusividade. Há, pontualmente, uma ou outra que pode não ser em exclusividade, mas o caminho é que todas venham a ser exclusivas”, revela.
A lógica da escolha das marcas, conta-nos Hugo Azevedo, é que cada uma “seja a melhor para aquele segmento, porque nós não queremos ter mais do que uma marca em cada segmento. Na questão do turismo, em que há um mercado tão grande, nós temos três marcas, mas são nitidamente em posicionamentos diferentes, pois nunca fazemos concorrência entre marcas”.
O portfólio atual da Pneurama tem sete marcas, estando cumprido o objetivo mais recente que passa por “ter oferta de produto para todos os segmentos, desde pneus agrícolas, camião, turismo, bicicletas, motas e indústria”, afirma o administrador. Entre as marcas, destacam-se a Lassa Tyres, com 45 mil pneus vendidos por ano – e a ambição de chegar aos 50 mil, – a CST Tires, cuja parceria teve início em 2020 e já alcança as seis mil vendas anuais, a Saferich Tyres, “que já temos há sete anos e estamos a vender um pouco mais de 10 mil, e começámos a experimentar uma marca de camião, designada Aplus, que temos só no segmento de budget e que vendemos 800 unidades por ano. Ter produtos para veículos pesados no nosso stock é uma novidade”, diz Hugo Azevedo.
Mercado dos empilhadores
Mais recentemente, a Pneurama apostou no segmento industrial, especificamente no mercado dos empilhadores, uma oportunidade que surgiu e que a empresa agarrou com bons resultados. “Hoje já vendemos três mil pneus de empilhador, o que, para um mercado de 30 mil pneus, já representa 10%, e tornou-se um negócio interessante. Aqui, já somos especialistas e temos que fazer com que cada marca, além de ter segmento, tenha uma utilização. No caso dos pneus para empilhadores, há vários tipos, desde o pneu que trabalha durante o dia em turnos de oito horas até o pneu que é utilizado 24 horas e nunca para, ou o que leva muito peso”, enumera Hugo Azevedo, ao mesmo tempo que esclarece que este último empilhador, o “non-stop precisa de caraterísticas melhores, porque quando o pneu aquece muito, pode começar a desfazer-se. O pneu de 24 horas tem uma camada interior que é feita para o arrefecimento, quanto melhor for essa camada, mais o pneu consegue fazer as 24 horas consecutivas. E nós agora temos um produto para 24 horas e outro para oito horas”.
O fundador da Pneurama faz uma referência especial à marca económica de pneus maciços Ascenso “que é muito boa”, e menciona ainda o segmento das câmaras de ar, em que a Pneurama está a trabalhar com a marca Nexen.
Entregas em 24 horas
A empresa tem sede em Paredes, junto ao Porto, com um armazém de 3.000m² de capacidade “bem organizado”, com uma média de 30 mil pneus em stock. Segundo José Azevedo, as instalações “já começam a ser pequenas”, mas o filho garante que ainda é possível aumentar a capacidade, recorrendo ao antigo armazém (em frente do atual), caso seja necessário. “Se aumentarmos os nossos segmentos e começarmos em força com camião, agrícola e industrial, estamos a falar de volumes muito grandes e já vai haver necessidade de mais espaço”, assume. As entregas são garantidas em 24 horas (ou menos) em todo continente, a cargo de três transportadoras com recolhas bidiárias e ainda com duas viaturas próprias, para assegurar as entregas mais rápidas. Nas ilhas, onde confirmam ter “negócios interessantes”, as entregas são feitas semanalmente. Além do stock necessário para satisfazer os clientes, a entrada no segmento dos empilhadores obriga também a Pneurama a disponibilizar serviço, como a prensa de empilhador “que é muito cara e não faz sentido para muita gente fazer esse investimento, então nós temos a prensa, trazemos cá os pneus, montamos e voltamos a entregar”, nota Hugo Azevedo.
“Nunca dizemos que não a um cliente”
A empresa está, neste momento, “num processo de revolução digital” e a digitalização já é usada no quotidiano da empresa por toda a equipa e parceiros de forma natural. Muitos pedidos de encomenda, assim como os processos de preparação das mesmas, são feitos por via digital, através da plataforma online B2B, “que em breve apresentará um melhoramento significativo. Estamos muito focados em que a nova plataforma faça uma ponte entre uma página fechada para as encomendas e uma página de consumidor final, onde se consegue consultar os produtos, mas não dá para comprar, nem ver preços”, adianta Hugo Azevedo, que explica que na Pneurama “nunca dizemos que não a um cliente e arranjamos qualquer pneu, mesmo aquele muito difícil. Falamos com os distribuidores nacionais e internacionais e arranjamos o produto para o nosso cliente, na melhor condição que conseguirmos naquele momento e, às vezes, conseguimos até com melhor preço do que a concorrência”, congratula-se.
Atualmente, a empresa conta com três vendedores a cobrir as suas zonas. Para José Azevedo, grande parte do sucesso da Pneurama deve-se também à evolução das marcas com as quais trabalham. “Tivemos grande progresso com a ajuda das marcas que comercializamos e com os bons produtos que colocamos no mercado. Eu costumo dizer aos fabricantes que façam bons produtos, porque nós cá estamos para os vender e colocar no mercado. Somos grandes transmissores de confiança, para as pessoas e para os nossos clientes que nos ajudam, e esta é a base da nossa sustentabilidade e sucesso”.
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