“Ajudamos o cliente a desenvolver o seu próprio negócio”, Filipe Bandeira, AB Tyres

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O objetivo da AB Tyres é continuar a trabalhar afincadamente nas suas marcas exclusivas, fornecer em tempo certo e ter uma oferta de produto adequada ao mercado.

Que balanço faz do desempenho da AB Tyres durante o ano 2019?

O Balanço foi positivo pois tivemos uma evolução em contra ciclo face à realidade do mercado, posso dizer que crescemos 2 dígitos. Atingimos o objetivo e fechamos o orçamento no verde.

E quais são as novidades previstas para 2020?

Vamos ter novidades que inclui todo o nosso portfolio. Continuar a trabalhar afincadamente nas nossas marcas exclusivas e vamos ter 2 projetos diferentes e inovadores no mercado, sempre na perspetiva de ajudar o nosso parceiro/cliente.

Quais são os segmentos que têm vindo a registar maior crescimento?

Felizmente temos crescido em todos, mas posso dizer que sentimos que o budget tem sofrido maior incidência, em termos de aumento.

Como vê a evolução dos canais de venda, em particular o interesse que as oficinas de mecânica e os concessionários automóveis estão a demonstrar pelos pneus?

O mercado vai naturalmente evoluir nesses 2 canais, pela necessidade que têm do produto pneu em adicionar à oferta, pois existem Auto Center que trabalham tudo. Então estes canais terão de se adaptar, mas também porque este tipo de casa já olha para o pneu como um produto complementar, como uma peça, por exemplo. Em termos de risco não é diferente do que existe hoje, penso que poderá existir oportunidade para distribuidores, pois quanto mais clientes a trabalhar o mercado, menos o fabricante consegue ir diretamente.

Vê o distribuidor com papel fundamental no futuro do negócio das casas de pneus e retalhistas? Qual o papel do distribuidor ou armazenista na cadeia de valor?

Neste momento tenho mais claro o papel do distribuidor no retalho, pois somos nós que temos a maior “fatia” na cadeia de fornecimento, e quer as marcas, quer fornecedores estrangeiros, não conseguem desenvolver um trabalho em parceria como nós. Na minha ideia, a AB Tyres tem de fornecer em tempo certo e ter oferta adequada ao mercado, mas também vai ter um papel importante em ajudar o nosso cliente a desenvolver o seu próprio negócio. Não só em termos operacionais mas também contribuir fisicamente para o aumento de volume/trabalho na casa.

Que ações devem ser tomadas junto dos automobilistas para uma maior sensibilização relativamente à importância que o pneu tem para a segurança?

As forças de segurança deveriam olhar para o uso do pneu de uma forma direta, ou seja, se virem um condutor em que o pneu está gasto deverão obrigá-lo a fazer a mudança, e se for apanhado novamente terá uma multa pesada. Os fabricantes têm obrigação de valorizar o produto junto do consumidor final, torná-lo “fashion”.

Que análise faz do mercado de pneus em Portugal?

O mercado de Pneus em Portugal esta numa fase de transformação, não so pelo tipo de casa de retalho mas também por a cadeia de fornecimento. Apesar de ser um mercado que dificilmente cresce, estamos sempre limitados a poucos volumes, na minha ideia temos players a mais para um mercado tao pequeno. Os distribuidores nacionais terão que se proteger mais e tentar travar a entrada de operadores estrangeiros.

Em termos gerais, quais são os fatores que mais estão a condicionar (positivamente e negativamente) o comércio de pneus em Portugal?

Positivamente, a alteração do retalho face ao comércio do pneu e também a mudança de paradigma dos fabricantes. Negativamente, a entrada de vários operadores não portugueses, a falta de relação/ligação que hoje um cliente não tem, e por último, os negócios estranhos que têm vindo a acontecer no mercado, que automaticamente destabiliza toda a cadeia.

Qual a sua visão de futuro a médio e longo prazo do comércio de pneus em Portugal?

O comercio de pneus em Portugal, está a evoluir de uma forma mais lenta se compararmos com outros, e falando na parte das plataformas B2C, penso que vai existir uma mudança em breve, em que os consumidores finais vão ter mais poder de decisão. O Retalhista vai ter que conseguir segurar todos os clientes que entrem em sua casa. Pois de hoje em diante o perfil de consumo é diferente do que era há 10/15/20 anos. Não existe relação nem proximidade, é muito mais informal e direto e penso que é aí que vai existir a grande dificuldade.